quinta-feira, 1 de julho de 2010

O INTERESSE PRIVADO PREVALECE SOBRE O PÚBLICO - DIREITO DE OPINIÃO Vs.AUTORITARISMO

Diferentemente do Legislativo Municipal de Chaval (que desde já parabenizo todos os vereadores que votaram no Projeto de Lei de autoria do Vereador Fernando Vida Cigana que concede o direito às servidoras gestantes e com filhos pequenos, de serem lotadas na unidade administrativa mais próxima de sua residência), o Legislativo de Barroquinha, observando o parecer da assessoria jurídica da Câmara de Vereadores de Barroquinha/CE, emitido no projeto de lei nº 002/2010 de autoria do Vereador Francisco Valdécio, fez prevalecer o interesse da classe dominante em detrimento do anseio e a legitimidade popular. O referido parecer de lavra do advogado Mauro Monção, assessor jurídico do Poder Legislativo, orientou os vereadores a votarem contra a aprovação do projeto de lei alegando a sua inconstitucionalidade por pretensa ofensa ao artigo 61, § 1º, II, “c” da Constituição Federal.

Acatando o entendimento da assessoria jurídica o Presidente do Poder Legislativo, Sr. Gleison Marinho, sepultou definitivamente o projeto de lei que visava conceder direito às servidoras gestantes e mães de filhos de até 3 (três) anos de idade de serem lotadas na unidade administrativa mais próxima de sua residência, direito este que se reconhecido com a aprovação do projeto, acabaria com os atos de perseguição política supostamente praticados pelos gestores de Barroquinha/CE.

Na sessão que deliberava acerca do projeto houve empate na votação uma vez que os 4 (quatro) vereadores de oposição votaram a favor e os outros 4 (quatro) vereadores de situação votaram contra, ou seja, pela desaprovação, ficando a cargo do Presidente do Legislativo Sr. Gleison Marinho o desempate, o qual invocando a inconstitucionalidade alegada no parecer jurídico, votou contra a aprovação do projeto arquivando-o e negando a concessão do direito constitucionalmente previsto.

A única coisa que nós podemos fazer nesse momento é lamentar pelos cidadãos de Barroquinha/CE e demonstrar aqui o nosso repúdio contra atos que, totalmente reprováveis pela ótica constitucional vigente, pela ética e a moral, são praticados em detrimento do povo que é o verdadeiro detentor do Poder.

Conforme discordamos na matéria passada do entendimento do assessor jurídico da Câmara, que ressalte-se, o fizemos com propriedade e respeito, discordaremos novamente, e dessa vez incluindo também a atuação dos vereadores de situação de Barroquinha/CE, do parecer pela inconstitucionalidade e dos votos emitidos pela desaprovação.

Lamentamos ainda que o Sr. Assessor Jurídico talvez não esteja preparado para aceitar as críticas e opiniões jurídicas emitidas pelos cidadãos que visam o bem comum e a defesa do interesse público. Segundo informado pelo Vereador Francisco Valdécio, o advogado Mauro Monção criticou de forma totalmente pejorativa a opinião deste blog chamando até de idiota o proprietário deste veículo de informação, além de afirmar que o mesmo não sabe nada de direito.

Sr. Assessor, discordar da opinião de alguém, ainda mais quando se trata de discussões jurídicas, uma vez que o direito é uma ciência da argumentação, não é nenhum crime ou ato desabonador ou desrespeitoso à imagem de ninguém. Pelo contrário, é exercer o direito de opinião e contribuir para a evolução das instituições jurídicas e da sociedade. Ao meu ver, reagir de forma inconseqüente contra a opinião alguém é demonstrar a falta de estrutura para a argumentação, qualidade essencial que os operadores do direito devem ostentar.

Deixo aqui o meu repúdio ao seu ato difamatório e injurioso e afirmo que gostando ou não, estarei aqui pra criticar os atos absolutistas e ditatoriais cometidos por quem quer que seja. Estou aqui também para elogiar e apoiar se o ato for honroso.

No entanto, como não o nosso propósito principal aqui não é emitir um parecer jurídico sobre a matéria, mas sim trazer à informação aos que fazem uso da rede mundial e que prestigiam o nosso trabalho nesse humilde blog, faço questão de dar a minha opinião como cidadão e como conhecedor e estudioso do direito sobre o assunto.

Dessa forma, invocando o direito fundamental à informação, emitirei aqui neste singelo veículo de informação a minha opinião em forma de artigo, como estudioso do direito sobre a constitucionalidade do projeto de lei apresentado pelo vereador de Barroquinha Francisco Valdécio:

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